iaquafi. Saramthali, Rasuwa, Nepal—25Jan2024
É PRECISO DESCORTINAR
O horizonte visto a partir do meu terreiro
revela montes pertos e ao longe,
escondidos na cortina de neblina.
Que privilégio: sorrio no meio de um deles
enquanto um rio corre em seus sopés, sem pressa,
como eu a caminho do que eu penso ser o cume.
“Mas onde é esse topo?”
Não é um ponto.
É chegar ao átomo do lugar.
“E como se chega lá?”
O caminho é de cada um, eu acho,
mas sempre fazendo por merecer a foz.
Eu creio que sou ainda um riacho.
Ou nem nasci nascente ainda.
Quero ser sempre crescente, bebendo da fonte.
Talvez, more aí nosso mar, que tanto bem nos faz.
Mas não há ponte.
É preciso desbravar, sangrar, sabendo ou não singrar.
O barco Deus nos dá; de água, Ele nos faz.
Essa é a ponte com o metafórico e montanhoso mar.
Já o remo... é nosso.
E isso,
e tudo
(“Nade!”),
Deus fez sem remorso.
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[foto]
quando: 25Jan2024
onde: Nepal, Rasuwa, Saramthali
por: Andalaquim