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PRISÓPI: A PRISÃO DO FUTURO

 

Pelo povo de fora, São José da Ventania é conhecida por suas pastelarias. Pelo povo de dentro —jeito esquisito de falar—, por suas patifarias.

 

Tem cinco grupinhos de poder de dar nojo no chiqueiro. Ao povo, sobra-lhe o cheiro e o pastel sem recheio.

Eles fingem brigar entre eles —na verdade, confraternizam-se escondidos. É tipo uma santa ceia —sentem-se santos— misturada com orgia —fazem seus programas... de governo—, enquanto o povo briga por eles de verdade. É tudo que eles querem pra cidade.

 

Eles são os poucos filhos da primeira-mãe que se vendia a muitos. Tal genitora, tais crias. Os bastardos que limpem as bostas. Somos um povo muitíssimo bom, mas um bando de idiotas.

 

Tem os clubes do bigodudo, do pançudo, da bunduda, do metido e do que, fazendo nada, ganha tudo.

O que sobra no bigode desce à pança, que sai pela bunda, some no metido —onde ele (se) esconde?— e se desvia, num passe de mágica, golpe de malandro, para a poupança sem fundo da eterna criança —seremos sempre a cidade do futuro: São Zezinho da Brisa Briguenta—, chupando pirulito doado na padaria, sem esperança.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 03/01/2024
Alterado em 06/01/2024
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