PRA CADA GRAMA DE PÓLVORA, UM GRÃO DE PÓLEN
Que bagunça!:
ele misturava
poema
com palavras.
Que absurdo!:
sabendo disso,
na guerra,
deram-lhe
armas.
Logo
que sacou a espada
a primeira vez,
uma flor,
entre branco fosco e amarelo pálido
—bege monótono—,
se abriu.
Ficou conhecida
como
“a rosa entregolpes”.
Brevemente,
o mundo beligerante
estava lindo:
todo mundo
morto,
despedaçado, lacerado, esquartejado;
só o poeta vivo,
com seu escudo
—dera a espada
em troca de tudo—,
num mundo
inteiramente florido
—sangue é adubo—,
vermelho
e,
ineditamente,
brilhante.
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