Textos


PRA CADA GRAMA DE PÓLVORA, UM GRÃO DE PÓLEN

 

Que bagunça!:

ele misturava

poema

com palavras.

 

Que absurdo!:

sabendo disso,

na guerra,

deram-lhe

armas.

 

Logo

que sacou a espada

a primeira vez,

uma flor,

entre branco fosco e amarelo pálido

—bege monótono—,

se abriu.

 

Ficou conhecida

como

“a rosa entregolpes”.

 

Brevemente,

o mundo beligerante

estava lindo:

 

todo mundo

morto,

despedaçado, lacerado, esquartejado;

 

só o poeta vivo,

com seu escudo

 

—dera a espada

em troca de tudo—,

 

num mundo

inteiramente florido

—sangue é adubo—,

vermelho

e,

ineditamente,

brilhante.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 22/10/2023
Alterado em 22/10/2023
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