aferykawa-gan. Kanungu, Uganda—6Nov2019
MANTRA MARROM
Chamam o homem negro de pessoa de cor. Eu chamaria o café —essa bela bebida negra— de bebida de cor, mas não somente por ser preta ou acastanhada, e sim por ser realmente de cores.
A folha jovem de algumas variedades de café é bronze, num matiz de marrom brilhante que parece com verniz. Sua flor é branca. Sua folha adulta é verde. E os frutos evoluem de verdes para amarelados e/ou alaranjados para, então, o amarelo ou vermelho, dependendo da variedade. Se seco com a casca, o fruto vermelho fica quase preto, enquanto que o amarelo tende ao marrom. Se descascado, aí vem o espetáculo das cores do pergaminho, que parece ser monótono pelo bege pálido, mas experimente diferentes processamentos pós-colheita e verás tons salpicados de laranja e marrom. Devidamente seco, é hora do último descascamento, depois do qual se chega ao grão verde-água, que, por sua vez quando torrado, fica marrom.
Dei essa volta toda sobre as cores do café para mostrar quão belamente colorido ele é. Mas eu quero mesmo é focar nos estágios marrons inicial e final, das folhas jovens e dos grãos torrados, respectivamente, para dizer que, assim como a terra, a alma do café é marrom. E é nativo do mesmo solo de origem da nossa Eva genética.
Dito isso, eu reforçaria que “A Alma Do Café É Marrom”, “A Alma Da Terra É Marrom” e concluiria que “A Alma Do Mundo É Marrom”.
Repetiria, como mantra em gratidão ao café, à terra e ao solo-seio de origem:
AADCEM
AADTEM
AADMEM
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[foto]
quando: 6Nov2019
onde: Uganda, Kanungu
por: Andalaquim