BATA NA BOCA, BATISTA
Foi a primeira
—talvez a única—
dúvida
do homem
que dava nome
às coisas.
Ele mesmo,
ainda,
não tinha o dele.
Deixaria por último
o seu próprio batismo,
que veio primeiro
no título.
Porém,
por meio
alheio.
Hoje,
se tudo
tem sua graça,
é graças a ele,
menos a dele.
Engraçado isso.
Um incêndio.
Ele pensava rápido,
no calor
das emoções,
mas era frio.
Tinha que ser.
Ainda tinha
muito trabalho.
Como dar nome
àquele
conjunto de lumes?
Estava difícil
escolher,
nada fácil
decidir,
não parava
de pensar.
“Dê-me uma luz, Senhor!
Uma luz, Senhor!
Uma luz!”
Os pensamentos
o consumindo
enquanto
as flamas
calcinavam
os corpos.
“Chama
de qualquer coisa,
mas me arreda
daqui.”,
teria suplicado
um sujeito
em meio
às labaredas.
“Fique quieto aí,
ô, cinza!”,
fez
mais um batismo,
cumprindo,
com êxito na função,
mais
uma unção.
O cara era fera.
O cara foi fo...
da.
Mas morreu
num mal-entendido
entre ele
e o coautor
dos termos.
Num dia tranqüilo,
disse
“Hoje,
eu quero
pegar folga.”.
Dizem
que ele morreu
mudo
gritando, muito,
coisas
que ninguém
nunca
tinha ouvido.
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