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RELEITURA. REPLANTIO

 

“Cova”.

Eis o nome dado

ao buraco feito

para o plantio ou semeadura.

 

Aqui

semeio a discordância.

 

“Cova”

é o trono do sono

de um cadáver.

Soberano ou súdito.

Ela não separa as classes.

Separemos nós as coisas.

Jamais será

onde se pare

um jardim, campo ou horto,

a não ser que plântulas e grãos

sejam natimortos.

 

A que pranto chegamos

chamar

de sepulcro, sepultura, tumba, túmulo

o que é

exatamente o oposto?

 

O ponto

que quero tocar

é que

ou troca o nome de um

ou troca o nome do outro.

 

Eu prefiro mudar

o nome

do meio onde se semeia,

do transplantio da muda.

Substantivo esse último

que também cresce

num substrato não condizente.

Mas não vou dar voz a ele agora.

 

O pranto do plantio

é o choro seguido de riso,

que vem de dentro do berço.

E é esse o termo

que creio ser certo,

 

o qual admito,

contraditoriamente,

ser chamado de “jazigo”,

em sua denotação de “monumento”,

que eu sinto que soa

como o palácio

onde descansa

a energia de qualquer criança.

Jaz ali o seu gozo.

Graça.

Hei de amanhã

nascer de novo.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 11/08/2023
Alterado em 11/08/2023
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