A RIMA POR BAIXO

Ela retirou

toda a roupa

—era chamada

de Poetisa Louca—

no meio do dia,

no meio da rua,

só pra rimar

com “nua”.

Dava pra ver

as vielas das virilhas

se encontrando

em trilhas.

Davam num beco.

Depois

que se despiu,

ainda riu,

dizendo,

entre gargalhadas,

ser uma poesia

de humor

aquele poema

sem pudor.

Veio

um poeta

e bateu

uma punheta,

provando

que a rima

é um gozo

diferente

dos outros.

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