O APANHADOR DE CAFÉ
Que o calor
esteja em nós
e não nas cobertas.
Mas não
ao ponto de febril.
A colheita
que começa em abril
anuncia o frio.
Que se lance mão
de luvas,
para o tempo e o trabalho.
A causa da coriza
e o deslizar da derriça
que racham o calo.
De dia,
uma bebida
—esta da labuta—
que vai esfriando
à medida
que o dia esquenta,
mantendo-nos
de pé.
Sobram-nos frutos sorvados,
bebidos aos goles.
Vão-se os frutos seletos,
apreciados aos sorvos.
De noite,
fermentadas uvas,
que aumentam nossa fé
no cobertor fino.
Que a gelada madrugada
não nos entregue
aos corvos.
Às quatro
tem que fazer almoço.
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