SOMBRA DE EDIFÍCIO
Juro
que eu vi
uma árvore pulando
quando o grilo
a alcançou.
E pulava
tão serelepé pé pé pé de grilo.
Juro
que era
um cricri tagarela
gago,
vindo,
não minto,
do galho.
O grilo,
abobado,
caiu em cima
dum pé de abóbora,
onde encontrou
um gafanhoto canhoto,
que,
acredite,
disse que aquela árvore
não estava direita.
Tinha comido
uma folha dela
e tinha gosto
de dieta.
“É que, agora,
ela é atleta.”,
argumentou
o primeiro ortóptero.
“Estamos
em tempos difíceis.”,
falou o gafanhoto,
não sei
se fanho
ou choroso.
“Fui procurar sombra.”,
estava escrito na placa
que antes dizia
“Não pise na grama.”.
/-\|\||)/-\|_/-\(,)|_|||\/|