Textos


SOMBRA DE EDIFÍCIO

 

Juro

que eu vi

uma árvore pulando

quando o grilo

a alcançou.

 

E pulava

tão serelepé pé pé pé de grilo.

 

Juro

que era

um cricri tagarela

gago,

 

vindo,

não minto,

do galho.

 

O grilo,

abobado,

caiu em cima

dum pé de abóbora,

 

onde encontrou

um gafanhoto canhoto,

que,

acredite,

disse que aquela árvore

não estava direita.

 

Tinha comido

uma folha dela

e tinha gosto

de dieta.

 

“É que, agora,

ela é atleta.”,

argumentou

o primeiro ortóptero.

 

“Estamos

em tempos difíceis.”,

falou o gafanhoto,

não sei

se fanho

ou choroso.

 

“Fui procurar sombra.”,

estava escrito na placa

que antes dizia

“Não pise na grama.”.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 19/02/2023
Alterado em 19/02/2023
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