PASSA LONGE DA HOMILIA
Não insisto com pessoa alguma
—o tipo de oração que prezo,
em que vale (em)pregar
o não uso do “não”
se vem com “ninguém”—
na minha crença cega
—admito-a absurda—
de que deus
não existe.
Calo-me.
Vai que deus castiga.
Qualidade do deus
que desenham.
Será que o medo
me muda?
Encaro-o
com desdenho.
Há prédicas
com nenhum
—outra oração
com uma pregação daquela—
bom predicado,
às quais,
aí sim,
dá medo,
ou melhor,
não temor,
mas repulsa
de responder “amém”.
O sermão da mansão.
Os senões dos sermões.
Dizimá-los!
Eis o sessim,
que não existe,
para cessá-los.
Certeza de um Deus
que,
se existe,
é diferente do que pregam,
igual ao que pregaram.
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