PALAVRA À LAVRA: AS PÁS, ÀS PÁS
Uma em cada;
com exceções.
“Exceção”
é uma delas.
Um sinal.
Dois.
Um sutil e sibilado.
Em Química,
“elétron”.
Em Matemática,
“hipotenusa”.
Em Geografia,
“desfiladeiro”;
“cânion”,
que lembra “elétron”.
Em História,
“revolução”.
Em Física,
“refluxo”,
digo,
“empuxo”.
Esse jeito diferente
de dizer
a mesma coisa.
“Coifa”
soa engraçado
em Biologia.
Será que “coisa” e “coifa”
têm a mesma raiz?
O f aprofunda-a.
“Meristema” e “pivotante”.
Lindas também.
Mas prefiro mesmo “tegumento”.
Em Biologia ainda,
permita-me-iose...
ou mitose-i lá.
Nunca fui bom.
Deve ser por isso
que não tenho
nem a mínima vontade
de reproduzir.
Atenhamo-nos à palavra.
Multiplicar
é o que quero dizer,
dizer mais de um.
“Pólen”,
que lembra “elétron”.
Também “abelha”,
que pega o pólen.
“Colheita”.
Em Agronomia,
mistura do subsolo com a atmosfera,
“lavra”;
misturada,
“larva”.
“Lavoura”.
“Semeadura”.
Mesmo fim.
Dói-me dizer,
é duro,
mas acho feia essa última.
Abelha,
com ferrão,
que pega o pólen,
que dá alergia.
A “borboleta” na língua.
Outra da Biologia.
A língua na borboleta.
Por falar em língua
—aliás, doutro jeito não se fala—,
“ponto-e-vírgula”
me encanta
—com e sem aspas—,
à semelhança de “reticências”.
Ambas favoritas das benquistas.
Aquela,
por s; só pela forma do sinal
—adoro o ;eito de grafá-la e o fôlego que dá na fala sem pará-la—
e também por extenso
—com hífen
—que mantenho sim, pra manter o amor—,
que lembra pólen,
que lembra elétron.
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