Textos


NOMEÁLOSEI

 

Nomeálosei

como um

cada um.

 

Eram três:

eleagá,

eneagá

e ceagá.

 

O eleagá

é tão sutil e notável

que o vejo

em três

das quatro sílabas

de “libélula”.

 

Agarra-me,

levemente,

como que pelas asas,

minhas,

dadas pelo eneagá

marcante acima.

 

Para cima!

Empenho-me. Empeno-me.

 

Quando acho

que sou passarinho,

é que entra

por cima,

em cena,

a chuva,

que cai.

 

Minhas penas fantasiosas

falham:

encharcam.

 

Uma força estranha,

como agulha

que perfura água,

me encilha

como que forçando

a pôr o circunflexo.

 

Penso

em pousar num galho,

voltar ao ninho.

 

Não!

Se não sabe voar,

chão!

 

Acho melhor

ser minhoca.

 

Mas e esse “acho”?

Não é o mesmo

que passa a vez

ao passarinho? 

 

Eu agora

estou no bico

de outro bicho.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 20/11/2021
Alterado em 07/03/2023
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