PAI NOSSO, FILHO FOSSO
Tinha pesadelo
com o sono eterno.
Só de pensar,
temia dormir.
De tanto pensar,
cansava.
Caía no cochilo
do sono de um dia.
O de um dia
sempre vem.
O pra sempre
sempre vence
um dia.
Morreu, morreu, morreu
até sangrar.
E, quando sangrou,
era só osso.
Rezava
para estar no fosso
e ouvir um Pai Nosso.
Mas,
ao invés do além,
no lugar de “amém”:
“Não está morto!”.
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