A QUE BEIJA SEM PARAR E A QUE REZA SEM CESSAR
Na cidade pequena,
duas moças em cena.
Personagens opostas
num mesmo cenário.
A moça santinha: uma gracinha.
A moça safada: uma danada.
Se a cidade é pequena,
a língua é enorme.
A moça santinha: a bem falada.
A moça safada: a mal falada.
Santinha e safada tornam-se grandes amigas.
Aqui e ali, uma com a outra.
Não se desgrudam. Não se separam.
As fofoqueiras se juntam e assuntam.
Fala a fofoca otimista:
___Pelo jeito, a safada tomou jeito.
Fala a fofoca pessimista:
___Deus meu!, a santinha se perdeu.
Fala, então, a que sabe de nada.
(Essa uma está com as demais
porque, na cidade pequena,
não tem outras companhias
e ela precisa de amigas
para o seu carteado,
batizado de “Baralho das Marias”.)
Então, fala, então, a que sabe de nada:
___Qual é a santinha e qual é a safada?
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