UM GRÃO QUE SE MOLHA
Alimenta-se
de água.
Saboreia
um pouco de suco.
O leite materno
latente na memória.
É dos poucos
que se lembra
do gosto.
O vinho
virá.
Ainda
no mosto.
Chateia-se
com chá.
Negócio ruim!
Recreia-se
com uma bebida
excessivamente açucarada.
Deveriam ter receio
de bebê-la.
Negócio mau!
Pausa o tempo
num passatempo
contraditório
de toda hora.
Negócio bom e escuro!
Faz
da fé do cálice
a cruz
do xis
da xícara.
Clareia
o licor negro,
que continua preto.
Goles de luz
de cor preta translúcida,
de síntese
de mil acres
de terras cultivadas.
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