Textos


UM DIA INQUALQUER

 

“Era domingo de manhã.”

 

Escrevia isso

na segunda-feira

à noite.

 

“Como queira.”,

pensou o papel.

 

“Tal qual quisto.”,

aquiesceu-se o sujeito.

 

De repente,

a tinta começou a falhar,

até que fal(h)ou de vez,

como quem em silêncio

diz mudamente entre parênteses:

 

“Não pensaram

na minha anuência

com esse descalabro.

Sou eu que imprimo

o calendário.”.

 

O sujeito

contentou-se em contemplar

o candelabro,

de muitos braços e uma única vela,

que, enquanto ele a fitava,

apagou-se por um único vento

que encontrara uma única fresta.

 

“Amanhã

de manhã,

com a claridade do dia,

o negrume do grafite

e sem o ego da caneta,

escreverei sobre hoje,

então ontem,

como queira,

à noite.”

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 25/08/2021
Alterado em 12/03/2023
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