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DEBAIXO D’ÁGUA É QUASE TUDO MUDO

 

No início,

era tudo silêncio.

Começava no s,

terminava no o;

isso e só.

 

Que tal

adicionar m de melodia?

Som!

 

Criou-se,

ainda,

a água,

para molhar

a ária,

fazer fragor

sem fragrância

pra começo

de conversa.

 

Declamação de poema

em mina.

Gargalhada

de cachoeira.

Córrego a caminho da fala

num murmúrio.

Rio rindo reverberantemente

em correnteza.

Onda de mar

em coro. 

 

De repente,

um choro.

Nasceu o homem.

Então, um grito.

Matou-se tudo.

 

Era um

e eram muitos.

 

Culminou

num urro de raiva.

Cria-se a dor.

Um berro

de quem não a atura.

 

Conheceu-se a ira

do redemoinho

do rio.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 16/08/2021
Alterado em 12/03/2023
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