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CICLO QUE NÃO SE FECHA

 

Tem hora que eu acho

que as coisas são ao contrário,

verdadeiramente.

 

Penso que a árvore

é que é

o sol do universo.

E a folha

é que emite luz,

verdemente.

 

A troncos-luz da copa

cresce um único pé de sol,

que recebe raios

emitidos pelos galhos.

A flecha acha brecha

num fluxo fixo de fóton

e segue como partícula pontiaguda.

 

Quando o pé de sol

receber a lança,

essa é a parte em branco

como a lua.

Ele é que decide

como vai reagir:

“reagir com” ou “reagir a”.

 

Reagirá

e, qualquer que seja a interação,

há de haver frutificação.

 

Numa outra abstração,

penso que o suor

é um mini-sol.

 

E, na colheita,

serão outros sóis.

 

As sementes serão estrelinhas

cheias de pontas,

que, germinando,

não formarão

floresta nem jardim;

um campo

de estrelas

de uma mesma espécie.

 

Uma horta de estrelas,

portanto?

Deus me livre desse castigo!

Seria andar

num canteiro de carrapichos. 

 

Já não respondo

pela criação

desse universo

que criei.

O fato é que a síntese

tomou outros ares.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 28/09/2020
Alterado em 28/07/2023
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