DELÍRIO. DETRITO. DETALHE
Cadência da vida.
Meteoritos cadentes.
Solução de esperma.
Dissolução de estrela.
Lã e couro.
Líquen e córtex.
Os seres de lá
aquecidos.
Relações.
Os seres de ali
aliados.
Ligações.
Associo-me
ao líquen.
Algo de linguagem
nele me consome
e me alimenta
ao mesmo tempo.
Há um “o” há quatro linhas escritas
que eu trocaria por “a”.
E há um terceiro “e” há cinco linhas escritas
que eu trocaria por “i”.
E após a última letra,
a recém-trocada,
da última palavra,
a recém-mudada,
não haveria vão
até a primeira letra
da próxima palavra,
que, por sua vez,
terminaria
em sua segunda letra.
Troquei letra.
Troquei letra.
Juntei palavras.
Cortei palavra.
Associam-se,
agora a alga
e e
então, o mico
num
ser
só.
Sai o “o”,
entra o “a”.
sai o “e”,
entra o “i”.
Some o espaço.
Poda-se o termo.
Cria-se o elo.
Juntam-se tOdOs esses “oo”
num sÓ,
num círculo de lã,
que me aquece
ao ponto
de sentir-me febril.
Ando, ardo.
E liquefaço-me
por onde passo.
Onde passo?
Se a febre não passa,
não sei.
Que faço?
Só suo.
Escorro!
Socorro.
Caiu aquele meteorito
onde eu queria que houvesse
um pedaço de espaço.
Trocaram-se os pontos há quatro e cinco linhas escritas
pra parecer um pingo,
desses que caem do céu.
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