O PESO DE UMA GOTA COM TARA
Nada
do que se diz aqui
é,
propriamente,
como acontece.
Essa
é uma chuva fraca
de ficção.
nuvem que mira no mar
Uma chuva forte:
um toró,
termo
do interior.
Um desejo intenso:
uma tara,
que começa
no interior.
O toró
é a gota
com tara
de se deitar.
Cai um toró
sobre
outra água,
que, juntas,
andam em ondas,
serpenteando.
Embaixo dentro delas,
seixos rolando
rolados.
A tara da água
torna-se
em voltar
a ficar em pé:
alta maré.
E assim se dá
o movimento dos mares,
reflexo das nuvens,
sob influência das luas.
Gotas
com personalidade.
Ondas
com espírito de comunidade.
E mares
que pensam que são planetas,
mas são meras
gotículas efêmeras
do espirro de um Deus
com alergia eterna
do mofo milenar
da própria criação.
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