AMARELA
o púbere
Serzinho masculino,
deixando de ser menino,
descobrindo os dotes,
passando a ser rapazote.
Esse era eu.
a coroa
E ela era
a temida Dona Regina,
a professora de História.
Uma senhora bonitona:
mais ou menos, moça;
mais ou menos, dona.
a braveza
Ela era brava.
Ao ponto que,
passando a matéria na lousa,
de costas para a classe,
ao menor ruído,
que podia ser um cochicho cochichinho
ou um abafado pum,
dizia:
__Estou ouvindo zunzum!
O cochicho,
imediatamente,
parava.
E o cheiro de pum,
com medo,
sequer se espalhava.
a meninice
Ela se vestia sempre
com uma saia ou um vestido
um pouco acima dos joelhos.
E eu,
menino fedelho
em idade de crescer os pentelhos,
sentava-me na primeira carteira,
de frente pra mesa dela,
só pra tentar ver o pano que cobria
a rima da Regina.
E lembro,
como se fosse hoje,
que a primeira que vi
era amarela.
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[foto]
quando: 8Fev2020
onde: Uganda, Kanungu, Buhoma
por: Andalaquim