BUQUÊ DE NARINAS
Não ponham flores
em meu jazigo.
Não quero
um jardim sobre mim.
Não há algo
tão contrastante
como isso:
o cheiro doce
das flores
precedendo e sobrepondo
o cheiro podre
da carne.
Margaridas brancas
cobrindo o corpo pálido:
não há contraste
tão sem contraste
como esse.
Aceito apenas
uma pequena rosa,
como símbolo
das que perfumaram e embelezaram
meu caminho:
espero-(s)a(s)
no fim da linha.
E não me vistam
com paletó,
por favor,
por pavor.
Uma camisa de linho.
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