Textos


BUQUÊ DE NARINAS

 

Não ponham flores

em meu jazigo.

Não quero

um jardim sobre mim.

 

Não há algo

tão contrastante

como isso:

o cheiro doce

das flores

precedendo e sobrepondo

o cheiro podre

da carne.

 

Margaridas brancas

cobrindo o corpo pálido:

não há contraste

tão sem contraste

como esse.

 

Aceito apenas

uma pequena rosa,

como símbolo

das que perfumaram e embelezaram

meu caminho:

espero-(s)a(s)

no fim da linha.

 

E não me vistam

com paletó,

por favor,

por pavor.

Uma camisa de linho.

 

 

 

 

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Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 29/03/2020
Alterado em 19/07/2023
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