Textos


são jornal da ventanews

PARAISISMO PRAIANO

 

Quando o assunto é praia, a primeira opção para os paraisopolenses é, geralmente, o litoral norte do estado de São Paulo, cujas cidades mais próximas ―Caraguatatuba e Ubatuba― estão a cerca de 180 quilômetros de Paraisópolis. Mas isso vai mudar, porque a primeira opção de praia para os paraisopolitanos passará a ser a própria cidade deles, que terá uma praia.

 

Essa afirmação “Paraisópolis terá uma praia.” não é mais um boato sem fundamento como os muitos que se espalham por cidades pequenas e pela internet como um todo. Na contramão dos boatos, essa é uma afirmação embasada rigorosamente na ciência. Pesquisadores da renomada Academia de Ciências da União-América estudaram, durante uma década, três aspectos da geologia do município e chegaram a essa conclusão.

 

A equipe de geólogos foi chefiada pelo professor Dantim Breston, um cientista com alta credibilidade internacional, visto que as suas previsões de acontecimentos naturais de impacto, principalmente no ambiente, e que são feitas com base em estudos, têm se concretizado. São dele, por exemplo, as previsões de desaparecimento do Monte Imborzia e de desmembramento do Maciço Rochoso Platisuá, ambos na América Central.

 

Segundo Breston, Paraisópolis é um caso muito peculiar. São três elementos característicos da cidade que estão juntos numa equação geológica, tendo como resultado a formação de uma praia de interior. Os elementos são o Pico do Machadão, a Represa do Brejo Grande e o vento.

 

A mais ou menos 1.500 metros de altitude, o Pico do Machadão é visto da zona urbana e a Represa do Brejo Grande é vizinha deste pico, sendo considerada o lago artificial mais alto do país. Para quem está na cidade, é como se a lagoa estivesse atrás do pico. Já o vento é um morador do município durante todo o ano. Tanto é que um dos nomes da cidade já foi “São José da Ventania”. E é ele, o vento, o personagem principal desse processo, já que, segundo o professor Dantim, sem ele não haveria a formação dessa praia.

 

Foram dez anos ininterruptos de estudo, coletando dados como a velocidade do vento no Pico do Machadão e o desgaste da rocha neste mesmo local. Com o passar dos anos, a velocidade do vento tem aumentado, causando, cada vez mais, a degradação da rocha. Mas a erosão do pico não é apenas eólica. Há também outros agentes de degradação, como a chuva ácida e os microorganismos, e ambos também estão numa curva crescente, como a pesquisa comprovou.

 

A rocha vai se decompondo em minúsculas partículas, que são levadas pelo vento e se depositam, principalmente, nas margens da cidade. Com o vento cada vez mais forte e a rocha cada vez mais fina, o resultado é que a represa, também movimentada pelo vento, está avançando cada vez mais, e avançará até o ponto em que a rocha não será um obstáculo para segurá-la e ela transbordará. Com isso, a cidade terá areia, originária da erosão da rocha que forma o Pico do Machadão, e água, oriunda do derramamento da Represa do Brejo Grande, formando um fenômeno inédito, batizado pelos cientistas de “Paraisismo Praiano”.

 

 

 

 

/-\|\||)/-\|_/-\(,)|_|||\/|

 

 

 

 

__________
[foto]
quando: 23Jan2011

onde: Brasil, Minas Gerais, Paraisópolis

por: Andalaquim

Andalaquim
Enviado por Andalaquim em 27/03/2020
Alterado em 19/10/2023
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.