TRAMELAS
A janela
tem o eu dela
de poesia.
Estacionária,
ela é moldura.
Ao sabor das estações,
suas paisagens e personagens
vão e vêm,
e, muitas vezes,
é só o vão.
E se tiver tramela,
são duas almas de poesia,
tramando entre elas
relação de mãe e filha.
Já
a porta
tem,
lindamente,
muito da morte
nela.
Vive nela
o privilégio
de poder ser o próximo passo
quando quiser.
O sempre posso
é dela.
A janela,
diga-se de passagem,
é vida.
A porta,
digna de passagem,
é morte,
com o caminhante e o caminho
numa só poesia,
tramando entre eles
relação de Pai e filho.
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